Um F.C. Porto calmo, personalizado e calculista foi a Alvalade vencer um Sporting (1-2) que cometeu erros em momentos-chave e não soube encontrar caminhos para romper a solidez do tricampeão nacional.
Paulo Bento surpreendeu ao colocar Yannick, Postiga e Derlei no mesmo onze, relegando Romagnoli para o banco. O objectivo parecia ser ter maior rapidez e movimentação na frente de ataque, por forma a confundir as marcações defensivas dos leões e fixar mais atrás e impedir as subidas de Raul Meireles. Mas o objectivo ficou por alcançar, porque para a estratégia resultar o Sporting teria de ter a bola e atacar, coisa que raramente aconteceu.
Ao invés, foi desde bem cedo a formação portista, com um quarteto de meio-campo bem definido em que Lucho se soltava da direita para o meio, que tomou conta da zona nevrálgica do terreno e, embora sem fazer uma pressão muito acentuada, facilmente ganhou o controlo dos ritmos do jogo e da maioria da posse de bola.
Muito também porque o meio campo leonino não conseguia mostrar capacidade para segurar e fazer circular a bola, tarefa basicamente entregue a Miguel Veloso e João Moutinho, dado que Yannick flutuou demais entre a posição 10 e a direita, não apoiando as subidas atacantes.
Do lado contrário, apareceu um F. C. Porto mais tranquilo e equilibrado, tacticamente rigoroso e oportuno, pois na segunda vez que se acercou da área leonina soube aproveitar com mestria um erro de Grimi que permitiu a Tomás Costa uma recuperação preciosa que deixou caminho aberto para centrar e depois Meireles viu Lisandro que se estreou a marcar na Liga.
Justo e suficiente para espicaçar os leões que subiram um pouco no terreno e volvidos dez minutos beneficiaram de uma grande penalidade duvidosa, convertida por Moutinho. Mas esteve apenas relançado por dois minutos o jogo, pois a falta de Polga sobre Lisandro deu a Bruno Alves a oportunidade de brilhar de livre directo com muita, muita ajuda de Rui Patrício.
Os leões reagiram minimamente ao golo, mas não tiveram qualquer capacidade para acelerar o jogo, muito menos para furar as linhas dos dragões, sempre bem definidas, a não ser em algumas subidas de João Moutinho e na persistência de Hélder Postiga.
Paulo Bento percebeu que não tinha quem rompesse e apostou em Pereirinha para a direita deixando um desastrado Grimi nos balneários. Ganhou metros de terreno, passou a pressionar, mas não teve maior dinâmica nem fez do jogo uma partida bonita, tal como não o fez o F. C. Porto que se converteu ao contra-ataque. Ainda assim, a velocidade subiu, tal como a emoção e Paulo Bento fez de tudo para tentar vencer, dando ao jogo Romagnoli e Liedson, embora a manutenção de Yannick na partida seja discutível, dado o voluntarismo de Postiga.
Jesualdo compensou com a saída de um amarelado Tomás Costa e a entrada de um mais acutilante Mariano, mas o jogo estava de sentido único, com a baliza de Nuno a ser a referência. Mas a verdade é que os minutos iam passando e o F. C. Porto conseguia adormecer os ímpetos leoninos, apesar de uma perdida incrível de Derlei na pequena área. Nessa altura veio ao cimo a experiência de jogadores como Nuno, Bruno Alves, Lucho e Raul Meireles, exímios a segurar e acalmar o ritmo de jogo, só a espaços quebrado por lances de Moutinho e Rochemback. O jogo chegou ao final com o Sporting em cima, mas com os portistas a controlarem.
Fonte: Jornal de Notícias