No Bairro da Agra do Amial, em Paranhos, Porto, o problema com os ratos não é recente. Junto às habitações e a uma escola, existe um terreno que não é limpo há dois anos. Transformou-se num imenso silvado e ninho de ratos.
"Já fizemos várias queixas, é só silvas e lixo", afirmou José Santos, presidente da Associação de Moradores da Agra do Amial, há uma semana, por ocasião do fecho da cantina da Escola EB1/JI da Agra do Amial. O problema ficou a dever-se ao aparecimento de ratos, pela sexta vez em três meses, nas instalações do refeitório. Na altura, José Santos apontou para o terreno abandonado, que fica no limite do bairro social com a Rua Conde Abranches, e acusou: "É dali que vêm os bichos".
Entretanto, a cantina da escola reabriu mas, no exterior, o problema subsiste. "Se as portas ficarem fechadas, os ratos não entram, mas à noite, vêem-se filas deles pelo muro fora", explica o presidente da associação de moradores. Natércia Santos vive a alguns metros do dito terreno, no bloco C. Nunca apanhou ratos em casa, mas anda sempre a colocar remédio à porta do prédio, para eles morrerem. "A vizinha até pôs uma grelha no boeiro, para eles não saírem por lá", conta.
"Alguns moradores também não ajudam: atiram sacos com restos de comida para trás do bloco, quando não vão pô-la no muro da escola, para os gatos", critica José Santos.
No Verão, abundam as moscas e os mosquitos, de tal forma que "ninguém pode abrir uma janela", relembra o responsável pela associação. Ao lado do terreno, existe um restaurante. Um dos empregados assegurou, ao JN, que nunca tiveram problemas com os ratos. Já com as moscas, "é normal, visto que estamos junto a um monte de mato, o que também dá mau aspecto, mas não nos compete a nós limpá-lo".
Segundo José Santos, a Câmara do Porto fez limpezas há dois anos depois de ter recebido várias queixas da associação de moradores. A anterior dona do terreno, que faleceu há cerca de um ano, suportou o custo das devastações e ainda pagou uma multa.
Da parte da Autarquia, a directora do Departamento de Educação e Juventude, Manuela Rezende, esclareceu, ao JN, que"o actual proprietário já foi identificado e notificado para limpar o terreno". Se este não agir, dentro dos prazos legais, "a Câmara toma posse administrativa do espaço e efectua a sua limpeza", garantiu a responsável.
Fonte: Jornal de Notícias